"O meu próprio comportamento me atormenta. Porque me encontro fazendo o que eu realmente odeio e não aquilo que realmente gostaria de fazer!" São Paulo, Apóstolo.
Esta frase é uma das citações do site da Improova e também é possível encontrá-la no livro "A Equação de Deixar para Depois", de Piers Steel um pesquisador canadense de comportamento humano e tomada de decisão.
Afinal, qual a definição de PROCRASTINAÇÃO?
De acordo com o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, procrastinar é transferir para outro dia ou deixar para depois; adiar, delongar, postergar, protair.
Outra definição interessante é das pesquisadoras Brito e Bakos (2013) onde, "a procrastinação diz respeito ao atraso de tarefas e decisões comumente associada a um sofrimento psicológico significativo. É um comportamento prevalente e considerado complexo por envolver componentes cognitivos, emocionais e comportamentais que fornecem ao procrastinador um conforto temporário diante de uma tarefa aversiva."
Ou seja, um adiamento que causa sofrimento! E porque fazemos isso?
Valor, expectativa e tempo e maldita impulsividade
A teoria de Steel é simples e ele estudou anos um protelador típico, os estudantes universitários, pois ninguém, mas ninguém mesmo, adia tanto seus afazeres como os estudantes universitários, que passam, em média, 1/3 dos seus dias simplesmente procrastinando uma tarefa. Os adiamentos são, de longe, o maior problema dos estudantes, relatado por 70% deles.
Os trabalhos obrigatórios foram os itens que os estudantes mais procrastinavam, pois são chatos (baixo valor), os resultados muito insertos (baixa expectativa) e tem um único prazo e muito distante (muita demora). E, para piorar a vida dos estudantes, o ambiente onde eles escrevem esses trabalhos são altamente prováveis de gerar distrações (impulsividade).
Como vencer os adiamentos?
Existem gatilhos mentais que nos fazem acreditar que "vai dar tempo". Biologicamente somos ruins em planejamento e dimensionamento de tarefas. Para piorar, há perfis mais propensos a procrastinar, como o I-influente do DISC. Esse carinha acredita que vai conseguir fazer aquele trabalho 10, um dia antes da entrega. E ela adora uma distração!
Então, é necessário identificar os gatilhos e, saber seu perfil, ajuda bastante na tarefa de "não deixar para depois".
Por exemplo, se você tem um "S" alto, provavelmente tem problemas com o dimensionamento de tarefas. Já se você é um "D" alto, isso não deve ser um problema, mas você curta algum tipo de distração que o leve ao auto-engano e, perde alguns prazos em 50% das vezes.
Constatações como essas, baseadas nos relatórios de perfis, nos ajudam a montar um plano de ataque contra um problema, como a procrastinação.
E ficará bem mais fácil lidar com o problema, pois quando ele surgir, saberemos o que fazer.
É como um dieta, quando a fome bate, comemos um barrinha. Não é a coisa mais gostosa do mundo, mas nos mantém no objetivo de emagrecer.
Referências
Brito, F. S.; Bakos, D. G. S. "Procrastinação e terapia cognitivocomportamental: uma revisão integrativa". Revista brasileira de terapias cognitivas, 2013.
Steel, P. "A equação de deixar para depois". Ed. Best Seller, 1a edição, 2012.
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